Cerca de 20 viaturas da polícia civil, das delegacias especializadas, subiram a Vila Cruzeiro, na zona norte do Rio, para reforçar a ação coordenada da Marinha e de agentes do Bope (Batalhão de Operações Especiais Policiais), que começou no início da tarde.Criminosos colocaram carros e caminhões em vários acessos à favela e incendiaram barricadas com carros incendiados por traficantes, para dificultar a incursão dos agentes.
Rajadas de tiros são escutadas a todo momento, e já há feridos sendo levados para o hospital Estadual Getúlio Vargas, que fica a cerca de um quilômetro da localidade.
A Marinha cedeu 13 veículos blindados e dois caminhões. Seis dos blindados já estão no local e os outros estão a caminho. Ao todo, são 170 homens do Bope e 80 fuzileiros navais
Presente na megaoperação, o chefe do Estado-Maior da PM, comandante Álvaro Garcia, afirmou que "estamos em uma guerra". De acordo com ele, os blindados da Marinha ajudam na transposição das barricadas montadas pelo tráfico. “A gente tem informações de que vários caminhões e ônibus, além de óleo na pista, estão sendo usados pelos marginais”. O comandante, porém, descartou o uso da metralhadora .50. "Estamos numa guerra, mas neste nível não", avaliou.
Diante dos confltos que aterrorizam os cariocas, Garcia pediu que a população não saia de casa nesta quinta-feira (25).
iG apurou que os blindados são de modelo M-113 e nele cabem 12 homens. Também estãos endo utilizados Carro Largarta Anfíbios (Clanf). As viaturas blindadas servem para transporte de tropas e transposição de obstáculos. Policiais do Bope ocuparão os veículos durante toda a operação. É a primeira vez que equipamento deste tipo é utilizado pelas forças de segurança no Rio de Janeiro.
O comboio da polícia, com mais de dez veículos do Bope, está lá desde hoje pela manhã. O clima é de tensão. Dois tratores do Bope ajudaram a derrubar barricadas construídas pelo tráfico nos acessos à favela. Caminhões de lojas de eletrodoméstico em chamas são utilizados pelos bandidos para construir a barricada.
Moradores da região se dividem ao opinar sobre a atuação das forças de segurança
Morador da Penha há 20 anos, o comerciante Marco Aurélio Ferreira da Silva, 55 anos, apóia os ataques. “Já estava mais que na hora das forças armadas assumirem o papel da polícia. Eu nunca vi algo parecido, só em filme. Esse clima de guerra tem que acabar”, disse ao iG.
Já Maria Elizabeth da Silva, dona de casa, que foi pegar o filho de quatro anos mais cedo em uma creche na Vila Cruzeiro, disse estar apavorada. “Nunca vi algo igual. Meu marido não vai trabalhar há dois dias”, revelou.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, no turno da manhã desta quinta-feira, 17 escolas e 12 creches não funcionaram. Essas unidades, que atendem 12.414 alunos, estão localizadas, principalmente, na zona norte da cidade.
Além dos blindados, a Marinha cedeu à Polícia Militar armas, munições e óculos de visão noturna. A ajuda é resultado de pedido feito pelo governador do Rio, Sérgio Cabral, ontem.
Fonte:IG
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