Corão ensina que posso matar por diferença de ideias, diz pastor que queimou livro nos EUA


O pastor americano Wayne Sapp ganhou fama depois de queimar um exemplar do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos, em uma igreja...
de Gainesville, Flórida (EUA), no dia 20 de março. O ato desencadeou uma onda de protestos na Ásia e no Oriente Médio. No Afeganistão, dezenas de pessoas morreram no ataque à base da ONU em Mazar-i-Sharif. Mas nada disso parece pesar na consciência de Sapp.

“Sentimos pelas pessoas que perderam familiares, mas não nos sentimos responsáveis por isso. Não estamos dizendo algo novo”, disse Sapp em entrevista exclusiva ao UOL Notícias. Segundo ele, o ato está longe de ser o “ideal”, mas serviu como um “gesto de alerta”.
“Queimar um livro não é algo tão simples, não se faz isso todos os dias. Foi um gesto para chamar atenção, um gesto de alerta”, disse.

Sapp contou que a ideia nasceu de um debate sobre islã feito na igreja -- a “Dove World Outreach Center” (DWOC), onde ele ocupa o cargo de pastor-assistente do pastor Terry Jones, que assumiu o controle da igreja após o falecimento do fundador, em 1996. Um “julgamento simulado” foi realizado com a presença de um júri de 20 pessoas e testemunhos de ex-muçulmanos.

Os ex-muçulmanos testemunharam que o Corão incita a violência, disseram o quanto sofreram nas mãos de outros muçulmanos, e dessa forma chegamos à conclusão de que o Corão era culpado por pregar a violência

“Os ex-muçulmanos testemunharam que o Corão incita a violência, disseram o quanto sofreram nas mãos de outros muçulmanos e, dessa forma, chegamos à conclusão de que o Corão era culpado por pregar a violência. E nos Estados Unidos, quando se faz um julgamento desses, não dizemos apenas ‘ok, você é culpado.Tenha um bom dia’.

Temos que aplicar alguma condenação”, disse.

Sapp atribuiu ao público a decisão de queimar o livro. “Fizemos uma votação no site e 70% das pessoas escolheram que o livro deveria ser queimado”, diz. O livro foi molhado com querosene e colocado em um recipiente de metal no centro do templo da igreja, onde queimou por 10 minutos.
Questionado sobre o ato ser uma prova de intolerância a outra religião, Sapp disse que “a religião não promove a violência” e demonstrou uma crença de que o islamismo e o Corão promovem a violência e o terrorismo.

“Se você disser algo que não me agrade, eu posso conversar com você e dizer que não gostei. O Corão ensina que eu posso até matar você por isso”, completou.

A página na internet da igreja liderada por Jones, que tem cerca de 50 fiéis, traz um texto intitulado “Dez razões para queimar um Corão”, no qual compara o islamismo ao nazismo e ao comunismo. No site também é possível comprar exemplares do livro "Islam is of the Devil" (“O Islã é do Demônio”, em tradução livre), escrito por Jones, assim como camisetas e canecas com a frase.

Para Sapp, o aumento da população muçulmana está diretamente associado ao crescimento da violência, mas o pastor não apresenta dados concretos para basear suas afirmações. “Veja o caso do Egito. O país era de maioria cristã e nunca teve ondas de violência. Com o aumento da população muçulmana, a violência também cresceu, igrejas foram queimadas. Não é o que nós dissemos, é o que vemos”, diz.

A condenação ao islã, segundo Sapp, tem o objetivo de abrir um diálogo com a população mundial e alertar para a ameação que o crescimento da população muçulmana oferece ao mundo.
Se você disser algo que não me agrade, eu posso conversar com você e dizer que não gostei. O Corão ensina que eu posso até matar você por isso
“Nem todas as religiões são pacíficas e querem o bem.

O Corão ignora o direito das mulheres, elas se casam jovens demais, há relatos de abuso... Não estamos dizendo nada novo nem somos os únicos”, afirmou.

Questionado que tais problemas são comuns em muitos países e independe de religião, Sapp diz que a diferença está no fato de “tudo isso ser pregado pelo livro”. “Se eles analisarem e entenderem a religião deles, verão que o Islã é uma mentira”, afirma Sapp.

Tanto ele como Jones não demonstraram medo de perder seguidores. A maioria dos fieis da “Dove World Outreach Center” apoiou o ato, segundo Sapp.

Em setembro de 2010, Terry Jones despertou a atenção mundial por seu plano de queimar exemplares do Corão em sua igreja no aniversário dos atentados terroristas de 11 de setembro nos EUA.
Na época, a Anistia Internacional denunciou o que considerou ser um clima de "perseguição" contra os muçulmanos nos EUA. "Estes crimes (...) fomentam um clima de medo, discriminação e perseguição contra os muçulmanos, o que não cabe em uma sociedade que valoriza a liberdade, a justiça e a igualdade", destacou a Anistia.

Esse tipo de mensagem está sendo disseminado em várias igrejas dos Estados Unidos. Os muçulmanos são vítimas de 14% dos casos de discriminação religiosa apesar de se constituírem em apenas 1% da população dos EUA. Na Europa também os políticos de direita fazem discursos divisivos e radicais contra os muçulmanos, com algum sucesso, segundo informações do jornal "The Herald Tribune".

Após as fortes reações no mundo muçulmano e das críticas de líderes internacionais, incluindo o presidente americano Barack Obama, Jones desistiu da ideia e afirmou que nunca mais voltaria a tentar queimar um Corão, o que não o impediu de assistir à cena de um lugar privilegiado.

Fonte:Uol

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