Entidades comentam indicação de comandante da PM para SEDS

O anúncio de que o atual comandante da Polícia Militar de Alagoas, Dário César assumirá a Secretaria de Defesa Social (SEDS) causou surpresa em líderes de entidades militares e civis, devido a especulação de outros nomes para compor a pasta

O secretário adjunto da SEDS, Washington Luiz, o ex-superintendente da Polícia Federal, José Pinto de Luna e ainda, um delegado indicado pelo Ministério da Justiça foram apontados como candidatos ao cargo.


Segundo o presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros (ACS) José Soares, por ser um militar, Dário César deverá ficar atento para as aspirações da tropa. Ele contou que esperava que o novo secretário fosse um delegado ou alguém do exército, afirmando que o coronel terá grandes desafios pela frente, para tentar integrar todas as categorias e adianta que deve solicitar uma audiência para expor a situação e saber como a SEDS vai agir diante da criminalidade no Estado.


“Acho que o Dário César é um bom nome para o cargo, mas confesso que fiquei surpreso, diante das especulações. Acredito que ele possa enfrentar conflitos dentro do próprio grupo da segurança pública, principalmente com os policiais civis. O coronel poderá fazer muito por todos nós, esperamos que ele se sensibilize com nossas bandeiras de luta por melhores salários e condições de trabalho”, afirmou.


Já para o major Fragoso, presidente da Associação dos Oficiais Militares (Assomal/AL) se o coronel foi escolhido pelo governador Teotônio Téo Vilela é porque deve existir um bom motivo. O oficial desejou sorte para Dário César e pediu que ele pense na tropa e contribua para combater a violência no Estado. Fragoso afirmou ser difícil contemplar todas as categorias com a indicação, lembrando que integrantes da PC, Ministério Público, Exército e PF já estiveram no cargo.


“A indicação para o cargo passa por um rodízio nas categorias, é algo normal. O mais importante é que o secretário da SEDS seja um técnico na área de segurança e isso o Dário César é. Seria estranho se um médico ou um político assumisse a pasta. Acho que o coronel tem tudo para fazer um bom trabalho, melhor do que se fosse alguém a PF”, ressaltou.


O vice-presidente do Sindicato dos policiais civis (Sindpol), Josimar Melo acredita que se não houver uma política de segurança pública por parte do governo, pouco importa o nome do secretário da SEDS. Mas, para ele, o fato do cargo ser ocupado por um militar pode influir nas investigações, já que o coronel teria prática na atuação ostensiva e mesmo se houver investimento na compra de viaturas e armamento, muitos crimes podem continuar sem solução.


“Falta um projeto sério, por isso acho que não faria diferença, mas é estranho que um militar ocupe a pasta. Se não existir qualificação e investimento nas Polícias Civil e Militar, Maceió vai continuar sendo a cidade com o maior número de homicídios. Não adianta prender se não houver uma investigação que aponte culpados. A impunidade vai continuar, pois quando existe uma política de punição a pessoa vai pensar antes de cometer um crime”, avaliou.

Fonte:Cadaminuto

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